sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Ver aquele caminhão partir carregando um pouco de tudo do que eu fui nos últimos 9 anos, não foi tão simples quanto eu imaginava que seria...  Aquilo não significava apenas meus móveis, meus livros, meus discos deixando a cidade que eu adotei como minha, significava também o fim de algo que eu sequer consigo definir.. Quando perdi o caminhão de vista, eu me perdi de vista também... me perdi de mim mesma, senti como se eu não estivesse mudando apenas de cidade, mas mudando por dentro e sem saber pra onde essa mudança me levará... a casa ficou vazia, tão vazia que qualquer som fazia eco,  assim como esses nove anos estavam ecoando dentro de mim, todas as lembranças, todos os amigos, todos os amores... tudo estava aqui ecoando no meu peito e me lembrando o que eu estou deixando. Partir foi uma decisão de gente grande, coerente e racional... mas ver a partida se concretizar na minha frente, deixando minha casa vazia, despertou em mim todos os sentimentos de criança, daquela criança que eu fui que era a dona daqueles ursinhos de pelúcia que agora estavam encaixotados em cima de um caminhão... na casa vazia, eu chorei como aquela criança chorava quando sentia medo de escuro... mas eu não chorei por medo, chorei por ter que partir e deixar tudo isso aqui!