quinta-feira, 26 de setembro de 2013

E essa sensação de que  coração vai explodir com tantas palavras presas e ao mesmo tempo de que as palavras vão faltar na hora em que vou precisar delas... Alguém explica isso?

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Questão de escolha...

Sempre tive a ideia de que nós, seres humanos, podemos escolher o papel que ocupamos na vida do outro. Podemos optar se vamos significar alegrias ou tristezas para alguém, se vamos ser a lembrança que dói ou a presença que conforta... Temos essa escolha em nossas mãos! Sempre pensei assim, e a cada dia vou tendo mais certeza disso... Nas últimas semanas estou tendo que ver alguém que, para mim, era sinônimo de sorriso nos lábios e paz no coração se transformar em alguém que me lembra mágoas e hipocrisia. Fiz de tudo para que isso não acontecesse, pois uma coisa que prezo são os sentimentos bons que tenho pelos outros e os bons sentimentos que recebo, mas, infelizmente, esta escolha não é minha... Acho triste  que alguém que tinha toda a minha admiração e todo o meu carinho aja de forma a perder isso, mas como disse antes: cada qual escolhe o papel que quer ocupar na vida do outro!

Eu vou seguir como sempre segui... uma mágoa mais aqui dentro, mas muito amor e alegria, e tentando ser a presença ou a lembrança boa na vida de quem me é importante!

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Só sei ser assim







"Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia. Esse jeito de ouvir além dos olhos, de ver além dos ouvidos, de sentir a textura do sentimento alheio tão clara no próprio coração e tantas vezes até doer ou sorrir junto com toda sinceridade.
Essa sensação, de vez em quando, de ser estrangeiro e não saber falar o idioma local, de ser meio ET, uma espécie de sobrevivente de uma civilização extinta. Essa intensidade toda em tempo de ternura minguada.
Esse amor tão vívido em terra em que a maioria parece se assustar mais com o afeto do que com a indelicadeza. Esse cuidado espontâneo com os outros. Essa vontade tão pura de que ninguém sofra por nada. Esse melindre de ferir por saber, com nitidez, como dói se sentir ferido.
Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia.
Essa saudade, que às vezes faz a alma marejar, de um lugar que não se sabe onde é, mas que existe, é claro que existe. Essa possibilidade de se experimentar a dor, quando a dor chega, com a mesma verdade com que se experimenta a alegria. Essa incapacidade de não se admirar com o encanto grandioso que também mora na sutileza.
Essa vontade de espalhar buquês de sorrisos por aí, porque os sensíveis, por mais que chorem de vez em quando, não deixam adormecer a ideia de um mundo que possa acordar sorrindo.
Pra toda gente. Pra todo ser. Pra toda vida.
Eu até já tentei ser diferente, por medo de doer, mas não tem jeito: só consigo ser igual a mim."


 (Ana Jácomo)

Saudades... sempre ela!

 
Se existe uma única imagem que pode definir muito de mim, a imagem é essa. Olhando para ela eu vejo toda a minha infância passar diante dos meus olhos. Foi nesta casa, brincando de patins sobre essas pedras que, pela primeira vez, eu me senti pertencendo à uma família de verdade. Ouvindo as conversas dos adultos nessa varanda eu aprendi valores como humildade, união e respeito. Brincando com meus primos em cada canto dessa casa enorme eu aprendi sobre a fraternidade, (mesmo não tendo irmãos presentes) e sobre a importância de saber dividir.
Nunca me esqueço do gosto do bolo de fubá com café quentinho que minha tia-avó fazia no final da tarde, horário em que a família toda se reunia para, juntos, compartilhar a simplicidade desse amor tão puro. Hábito que, aliás, até hoje eles preservam. Cidade pequena tem dessas belezas, é mais fácil estar perto de quem amamos.´
Aquela igreja que aparece no fundo da foto, foi ali onde, pela primeira vez, eu ouvi alguém falar sobre Deus e seu amor incondicional por nós, foi onde comecei a aprender e a ter fé. E quem me ensinou foi uma pessoa que, apesar deu não ver há 16 anos, me marcou profundamente, pois transmitia no seu jeito de falar uma ternura que só pode mesmo ser divina. Foi dessa pessoa também que ganhei um dos presentes mais lindos que já tive, me dado de uma forma simples entre muitas lágrimas em uma despedida num fim de tarde, bem aí nessa rampa que aparece na foto: um diário, meu primeiro diário, repleto de palavras lindas dedicadas à mim... foi nele que li, pela primeira vez, um pedacinho da parte mais linda da Bíblia (I Corinthios, 13) que dizia que na vida tudo passa, exceto o amor! Aos nove anos de idade eu comecei a entender isso e até hoje estou tentando entender um pouco mais.
Ah! Como essa foto me desperta saudades! Saudades de quem fui brincando aí e amando essa família que apesar de estar longe, sempre vai ser minha família. Saudades de quem eu poderia ter sido se, há 16 anos atrás, não tivesse vindo morar do outro lado do país. Saudades de um tempo que nunca mais vai voltar porque a vida mudou e nada pode ser igual, saudades de um tempo que mesmo que tenha acontecido há um tempo maior do que a metade da minha vida, me marcou profundamente e sempre vai fazer parte de quem eu sou!
Se tem uma foto que me despertou amor, com certeza é esta!
 
*Foto da frente da casa da Tia Nadir (minha tia-avó) em Rio Branco do Sul - Paraná.