segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Saudades... sempre ela!

 
Se existe uma única imagem que pode definir muito de mim, a imagem é essa. Olhando para ela eu vejo toda a minha infância passar diante dos meus olhos. Foi nesta casa, brincando de patins sobre essas pedras que, pela primeira vez, eu me senti pertencendo à uma família de verdade. Ouvindo as conversas dos adultos nessa varanda eu aprendi valores como humildade, união e respeito. Brincando com meus primos em cada canto dessa casa enorme eu aprendi sobre a fraternidade, (mesmo não tendo irmãos presentes) e sobre a importância de saber dividir.
Nunca me esqueço do gosto do bolo de fubá com café quentinho que minha tia-avó fazia no final da tarde, horário em que a família toda se reunia para, juntos, compartilhar a simplicidade desse amor tão puro. Hábito que, aliás, até hoje eles preservam. Cidade pequena tem dessas belezas, é mais fácil estar perto de quem amamos.´
Aquela igreja que aparece no fundo da foto, foi ali onde, pela primeira vez, eu ouvi alguém falar sobre Deus e seu amor incondicional por nós, foi onde comecei a aprender e a ter fé. E quem me ensinou foi uma pessoa que, apesar deu não ver há 16 anos, me marcou profundamente, pois transmitia no seu jeito de falar uma ternura que só pode mesmo ser divina. Foi dessa pessoa também que ganhei um dos presentes mais lindos que já tive, me dado de uma forma simples entre muitas lágrimas em uma despedida num fim de tarde, bem aí nessa rampa que aparece na foto: um diário, meu primeiro diário, repleto de palavras lindas dedicadas à mim... foi nele que li, pela primeira vez, um pedacinho da parte mais linda da Bíblia (I Corinthios, 13) que dizia que na vida tudo passa, exceto o amor! Aos nove anos de idade eu comecei a entender isso e até hoje estou tentando entender um pouco mais.
Ah! Como essa foto me desperta saudades! Saudades de quem fui brincando aí e amando essa família que apesar de estar longe, sempre vai ser minha família. Saudades de quem eu poderia ter sido se, há 16 anos atrás, não tivesse vindo morar do outro lado do país. Saudades de um tempo que nunca mais vai voltar porque a vida mudou e nada pode ser igual, saudades de um tempo que mesmo que tenha acontecido há um tempo maior do que a metade da minha vida, me marcou profundamente e sempre vai fazer parte de quem eu sou!
Se tem uma foto que me despertou amor, com certeza é esta!
 
*Foto da frente da casa da Tia Nadir (minha tia-avó) em Rio Branco do Sul - Paraná.

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