sexta-feira, 30 de maio de 2014



ELA É ESPECIAL, TALVEZ NÃO SAIBA.

"Coisa tão certa, beleza esperta... Como diria o mano Caetano!
Ela é especial, pois sabe a hora de dizer não. É coerente com suas ideias e sabe aonde pode chegar. É firme nas decisões e tem um papo cabeça. Também sabe dizer besteiras enquanto come pipoca de micro-ondas assistindo Big Bang Theory. 

Ela é especial com um rabo de cavalo, só de calcinha e uma camiseta com o dobro do seu tamanho, de pernas para o ar e com um livro em mãos, em pleno sábado à noite. Talvez ela surte e saia com as amigas para uma balada qualquer. Ela é especial.
Não é especial por ficar com poucos garotos, mas por confiar nela a ponto de se entregar a um numa dessas noites de verão.
Gosta de Música Popular Brasileira e adora qualquer tipo de manifestação artística. Discute política social enquanto faz as unhas de rosa com frescurinhas que só elas entendem. Ela é quase uma obra de arte, falando nisso.

Ela... Bom, ela demora horas em frente ao espelho se arrumando para sair e ouvir um idiota dizendo que ela se arrumou só para chamar a atenção de outra menina qualquer. Tolo! Ela sempre sai querendo chamar a atenção de quem realmente se interessa por belezas espertas. (raridade).

Sorri, bagunça o cabelo como se arrumasse da mais perfeita forma possível e vai pra festa mostrando o valor de ser interessante aos olhos de quem acompanha seu charme deslizar no social da feminilidade. Ela chama a atenção com o olhar, para o mundo com sua boca que transcende tudo que há de melhor naquele instante em que ela sorri. Seu olhar é mais disputado que bundas beirando o chão numa balada à noite.

Na ordem das coisas, ela é querida por todos.
Ao voltar da balada, ela se porta como uma menina normal, e meninas normais estão em falta.

Ela é interessante e não sabe, mas é preciso que alguém conte."

(Petherson Cardoso)

quinta-feira, 29 de maio de 2014

"De tudo o que ficou guardo um retrato seu e a saudade mais bonita..."




Mais um ano sem te ver, mais um ano convivendo com as lembranças daquele 30 de maio doído que me arrancou um pedaço. Mais um ano imaginando o que tu diria se ouvisse as minhas novas histórias. Mais um ano tentando te imaginar sorrindo em cada momento de festa.  Mais um ano me esforçando pra não esquecer do som da tua voz. Mais um ano me esforçando pra não esquecer do teu jeito de dançar forró. Mais um ano me esforçando pra não esquecer de cada detalhe do teu rosto, inclusive do teu aparelho quebrado que você sempre ia arrumar no próximo mês. De repente o próximo mês não chegou e já faz três anos que esse próximo mês não vai mais chegar pra ti.

Quando penso em você, na nossa amizade, nas conversas, nas festas, no teu sorriso... quando penso no acidente, nas lágrimas, na dor, no enterro... O tempo não é mais linear, tudo se torna atemporal, parece que foi ontem e ao mesmo tempo parece que foi em outra vida. Acho que esses sentimentos tão intensos não se medem em tempo, se medem na dor e na alegria que causaram, ambas de igual profundidade!

Durante esses três anos, sempre imaginei como seria o dia em que não teria mais fotos suas pra postar, o momento em que as fotos começassem a se repetir, porque a impossibilidade das fotos se renovarem é mais uma prova concreta de que você não pertence mais a este mundo, imaginei o quanto isso iria doer, ver que as minhas fotos e de todos os seus amigos continuaram a aparecer e as suas pararam no tempo, no tempo em que algo parou pra gente. E agora percebo que o momento chegou, não tenho uma foto “inédita” contigo, todas as nossas fotos já foram postadas e vistas e não dá pra tirar outra e isso, por mais simples que pareça, dói. Mas quando se trata da morte, tudo dói... não há como evitar!


Quando comecei esse texto era para ele ser alegre, lembrando do quanto sou grata por ter te conhecido e de como você era uma pessoa iluminada... Mas esse “era” me deixou triste de novo, não deu pra ser um texto alegre. Hoje o sentimento é outro!


Edu <3 span="">

domingo, 25 de maio de 2014

"Se eu pudesse te dar um conselho só, sabe, só um, ele com certeza seria: não se preocupe. Tudo vai dar certo. Ou errado. E o errado às vezes é o certo. A vida tem maneiras estranhas de nos mostrar o que precisamos, e muitas vezes, não precisamos daquilo que acreditamos precisar. Compliquei demais? Você já vai entender.
Você vai se decepcionar com as pessoas que mais gosta e admira. Elas vão virar as costas quando você mais precisar, acredite. Já aconteceu comigo, com sua mãe, sua vizinha e tenho certeza de que você é a próxima. Pessoas de verdade estão cada vez mais raras, e não é a mesma coisa que procurar uma roupa do seu tamanho num shopping lotado. Você até pode achar uma roupa que sirva, mas ela precisa durar a vida inteira, entende. 
Você vai tirar notas ruins mesmo após noites insones em cima dos cadernos e sem ter faltado uma aula sequer daquela matéria.
Sua mãe um dia vai chegar cansada do trabalho e dizer que você não faz por merecer a vida que tem. Vai gritar sem motivo algum e depois agir como se nada tivesse acontecido. Normal. 
Tem também o dia em que você vai pegar seu namorado beijando sua melhor amiga enquanto você vai ao banheiro. Ah, não acredita? Pois acredite. Nesse dia você vai virar alguns drinks e fazer feio na frente de toda a cidade. Vai fingir não se importar e sentir um nó na garganta que não se desfaz por nada. No fim da noite, vai ser o momento de chorar abafando o som com o travesseiro. Mas depois de algum tempo, você vai ficar bem, garanto. 
Preciso avisar também sobre o dia em que você vai se apaixonar perdidamente por alguém e se esforçar muito para que ele seja feliz ao seu lado. Vai dar seus melhores sorrisos, vestidos e versos. E adivinha? Não vai ser valorizada. Vai insistir e desistir por dezenas de vezes, o que é normal, porque não gostamos de "deixar para lá" e sempre achamos que ainda há uma solução. Bem, sinto dizer, mas alguns problemas não querem ser solucionados. 
Você vai ser demitida do trabalho que tanto se dedica, vai ouvir ofensas de que nem te conhece, vai ser mal tratada no seu restaurante favorito, vai ser despejada do apartamento, vai tomar um tombo no meio da rua, vai perder o seu cordão favorito, vai pintar o cabelo e se arrepender, vai quebrar o celular que nem acabou de pagar, vai ouvir desaforo da sogra, vai ficar doente e ter que ser internada, vai descobrir que aquela amiga "tão querida" nunca quis seu bem, vai passar um feriado em casa enquanto seus amigos se divertem na praia, vai dizer um "eu te amo" e escutar apenas um "eu também", vai descobrir que é impossível fazer sempre o certo e agradar a todos, vai perceber que erros não passam despercebidos e que as pessoas vão sempre te julgar, vai cair de cara no chão. De novo. E de novo. Se machucar toda, carregar cicatrizes e achar que não consegue mais. E quando você não tiver mais forças, vai aparecer alguém para te dar a mão e te reerguer. É ele. Deu certo."

(Isabella Freitas)

terça-feira, 20 de maio de 2014

Roteiro



O desconhecido por quem se tem empatia...
O conhecido com quem se tem afinidades...
O amigo com quem se tem cumplicidade...

Por fim, o homem, com quem se tem afinidades e cumplicidade, por quem se tem empatia e um amor não correspondido.

:(

sábado, 17 de maio de 2014

por aí....


Strip-Tease
(Martha Medeiros)

"Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum. Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer. Seria sua primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. Não podia mais voltar atrás. Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.

Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.
Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.

Primeiro tirou a máscara: "Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".

Então ela desfez-se da arrogância: "Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."

Era o pudor sendo desabotoado: "Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou".

Retirava o medo: "Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei".

Por fim, a última peça caía, deixando-a nua
"Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".

E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca."


Não é meu, mas define um pouco... falar é terapêutico!

terça-feira, 13 de maio de 2014

Deixo assim, ficar, subentendido...



"Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim, ficar
Subentendido

Como uma ideia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer

Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato, baby
A beleza é mesmo tão fugaz

É uma ideia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer

Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer

Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber

Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido

Como uma ideia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer

Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então..."

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Sonhando



Engraçado que mesmo sendo muito católica e tendo realizado os sacramentos do catolicismo (batismo, confissão, comunhão e crisma) eu nunca sonhei com um casamento nos moldes da igreja católica ou de outra igreja qualquer. Acho linda a cerimônia, o vestido, a marcha nupcial, a troca de alianças, os padrinhos, buquês e etc. até me emociono quando vou a um desses casamentos, mas não me vejo vivendo isso, parece que não se encaixa pra mim.
Não que eu não queira viver junto com um homem que eu ame e que me ame para compartilhar a vida, claro que quero! E quando encontrar essa pessoa vou querer sim celebrar esse encontro, essa troca de afetos e esse desejo de estar juntos. Mas quero que o meu casamento seja na Praia Grande (Boa Vista) no final da tarde, com aquele pôr-do-sol perfeito que só se vê aqui em Boa Vista, não deve haver sinal maior da benção de Deus do que aquele pôr-do-sol sobre as águas do rio branco.
Quero nossos familiares mais chegados e os amigos mais íntimos para compartilhar este momento com a gente. No lugar do padre vou querer um amigo que saiba da nossa história e leia um poema capaz de traduzir os sentimentos envolvidos naquele instante, Deus abençoa através da amizade também.  Não quero falar pro meu noivo nem ouvir dele aquelas palavras já decoradas por tantos outros noivos (na saúde e na doença, alegria e tristeza...até que a morte nos separe), quero recitar pra ele a letra da minha música preferida e um poema de amor que eu tenha escrito no auge da paixão e finalizar com Vinicius com o seu “que seja infinito enquanto dure”, quero ouvir do homem com quem vou compartilhar minha vida palavras sinceras, mesmo que saiam meio desajeitadas, mas que tenham sido pensadas por ele pra falar da gente.
Quero um amigo tocando violão, umas músicas do Teatro Mágico (“que o teu afeto me afetou é fato agora faça-me o favor...”, “só enquanto eu respirar vou me lembrar de você”) do Cícero (“eu nem vi quando você espetou sua casa em mim...” , “podemos enfeitar domingos...”) e do Jeneci (“largo tudo se a gente se casar domingo, praia, no sol, no mar...), e do Neuber Uchoa (“deixa eu ficar do teu lado, vamos olhar as estrelas, no nosso sonho dourado...)”. Pode ter uns reggaes com a vibe bem positiva também e não me importo se tiver que tocar o hino do time de futebol dele, porque se eu escolher compartilhar a vida com alguém vai ser com tudo o que esse alguém tem e gosta.
Quero todo mundo de roupa branca, porque branco representa a paz, branco ilumina e as fotos iriam sair lindas, pés descalços. Pelo menos os meus pés estarão descalços em comunhão com a natureza, afinal fazemos parte dela. Meu vestido branco vai ser simples, cabelos soltos e cacheados como sempre... ele pode estar de bermuda e camiseta de botão meio aberta no peito, como ele quiser estar! De preferência que seja num domingo para que eu acorde no outro dia com uma felicidade tão grande que ninguém nunca ousou sentir em plena segunda!

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Mais do mesmo...

Ando cansada desse grande ”mais do mesmo” que temos vivido ultimamente. As pessoas são tão iguais na sua falta de valores e na sua alienação. Mesmo os que se dizem diferentes, em sua maioria, são iguais à maioria, em suas atitudes assemelham-se com aquilo que dizem não gostar. Falar é mais fácil do que fazer. E assim as noticias no jornal se repetem, os assassinatos têm todos o mesmo pano de fundo, os animais continuam sendo maltratados, as crianças abandonadas, os pretos sofrendo preconceito, os homessexuais sendo espancados, os profissionais desvalorizados, os políticos roubando, os pais se separando, e tudo se repetindo.

Outra repetição comum é o valor que se dá às pessoas. Quem tem o carro melhor, mais viagens, o cabelo mais bonito, usa as melhores roupas, a profissão da elite, faz cirurgias plásticas... “conquista” mais amigos e pretendentes do que quem não tem tudo isso. Valoriza-se mais status e beleza do que inteligência, coração e essência. Ah! Como eu tô cansada disso tudo, dessa gente hipócrita que diz ter coração, mas nem sabe o que é ter coração.

De fato, creio que ando perdendo a fé na humanidade, mas como ter fé em uma humanidade que julga alguém sem provas e na absoluta loucura de fazer justiça com as próprias mãos espanca e mata em praça pública uma mãe de família inocente? Me sinto voltando aos tempos da inquisição. Como ter fé em uma humanidade incapaz de pensar por si própria e que fica repetindo com fotos e hastags “somos todos macacos”, achando que com isso estão lutando contra o preconceito quando na verdade estão apenas alimentando uma jogada de marketing que deixa alguns ricos mais ricos? Como acreditar em uma humanidade que se preocupa mais com a construção de estádios do que com a construção de escolas e hospitais?

Quanta ignorância. Quanta alienação. Quanta hipocrisia. Quanto vazio. Quanto mais do mesmo.

De fato, estou cansada e procurando uma forma de acreditar que o mundo ainda vai ter jeito!

quinta-feira, 1 de maio de 2014

A Culpa é das Estrelas, encantador!



Terminei hoje a leitura do livro “A Culpa é das Estrelas”.
Terminei completamente encantada pela história da Hazel e do Agustus, vidas entrelaçadas pelo câncer e que acabam por tornar-se uma única história. A leveza com a qual os dois adolescentes vão descobrindo o primeiro amor e o quanto a vida pode ser surpreendente embriaga os leitores que, cada vez mais, querem mergulhar no mundo de Augustus, Hazel e Isaac, o amigo que ficou cego devido à doença.
A dor e a ironia com a qual compartilham suas angústias geradas pela doença, seus medos da morte e de perderem-se um do outro, doem na gente, fazendo com que nós julguemos nossa própria existência nesse universo. Se eu morrer hoje, terá sido em vão? O medo de ser esquecido de Augustus, o medo de deixar os pais órfãos de filhos de Hazel, o medo de Isaac de voltar a enxergar um mundo sem o melhor amigo, o medo de Van Houten de enfrentar a perda da filha refugiando-se na bebida e tantos outros medos narrados pelos olhos inteligentes de Hazel, nos fazem sentir medo também.
 Mas suas histórias nos fazem pensar que podemos escolher o que fazer diante do medo e da dor. Assim como Hazel e Augustus são mais do que dois jovens com câncer, ao longo da leitura podemos descobrir que somos mais do que pensamos ser e que temos um infinito de possibilidades de sermos felizes. Ainda que alguns infinitos sejam maiores que os outros, em cada infinito um universo inteiro espera para fazer com que sejamos notados pelas nossas escolhas e por aqueles que, apesar de qualquer dor, escolheriam viver ao nosso lado.
A Culpa é das Estrelas é um livro lindo, daqueles que levam tempo para serem digeridos, que precisam ser pensados e repensados que nos levam a reflexões sobre as coisas mais simples e complexas da vida. É um livro que faz rir e que faz chorar na mesma medida.

“A tristeza não nos muda, Hazel, ela nos revela.” (p.200)


“Não dá para escolher se você vai ou não se ferir neste mundo, meu velho, mas é possível escolher quem vai feri-lo. Eu aceito as minhas escolhas. Espero que a Hazel aceite as dela.” (p. 219)