terça-feira, 29 de maio de 2012

Um ano...


Há exatamente um ano atrás eu estava aqui nesse mesmo lugar em que estou hoje: deitada no meu quarto pensando que teria que acordar cedo no outro dia. O que eu não sabia é que em poucas horas iria acontecer algo que me transformaria para sempre, eu não fazia ideia que dali há duas horas eu iria perder o chão sob os meus pés e me sentir caindo sem parar. Um ano depois ainda é difícil falar sobre isso, falar sem chorar então... impossível! Antes eu sempre pensava sobre a morte e de como, apesar dela ser uma certeza, ela é algo tão difícil de se entender... Agora eu sei que ninguém nunca vai conseguir entender a morte, não quando ela passa perto da gente e leva alguém que amamos sem se quer um aviso prévio! Aquele 30 de maio foi o dia mais difícil da minha vida, o celular tocando no meio da noite, a noticia, o carro capotado, as lágrimas, os abraços inconsoláveis e inconsolados, o desespero, a escuridão, o medo, a incredulidade, a cumplicidade daquela dor divida entre os amigos, a tristeza estampada em cada rosto, e aquela sensação do SE,... "se ele não tivesse ido", "se eu tivesse ligado pra ele", "se alguém não tivesse deixado"... um monte de SE que não adiantava de mais nada, eu só queria que fosse mentira... ainda quero! Ainda tem dias que eu acordo e penso "foi tudo um pesadelo!", mas aí eu olho pra nossa foto no mural e lembro que ela foi a última!
Perder um amigo que estava há menos de um mês do seu 23º aniversário, (aliás uma das nossas últimas conversas foi sobre fazer uma festa pra comemorar teus 23 anos) e que era uma das pessoas mais cheias de vida que eu conheci, com certeza foi a coisa mais difícil e mais dolorida que eu já enfrentei... aqueles dias que se seguiram, o primeiro mês, eu não sabia de onde tirar forças, não sabia onde eu iria encontrar a alegria de novo... Mas a encontrei cada vez que eu lembrei do sorriso dele, sorriso mais puro e verdadeiro que acontecia por motivos tão simples! Todos os dias eu lembro de como ele era feliz com pequenas coisas, que bastava reunir os amigos e tudo virava festa para ele, do sorriso, do carinho, da amizade, da delicadeza, da simplicidade, de como ele amava a vida... e me obrigo a ser feliz, a aproveitar a vida, a estar perto dos meus amigos, a sorrir de verdade, quando lembro do Edu, me obrigo a ser assim: mais leve e mais feliz também! Eu meio que devo isso à ele como agradecimento por ele ter entrado na minha vida e ter sido meu amigo!
A morte dele me mudou para sempre, porque me fez sentir mais edo de perder as pessoas e por isso mais vontade de estar junto delas, hoje eu sei o que realmente importa, o que realmente vale a pena nessa vida... valorizo cada momento ao lado das pessoas que amo e peço à Deus pra que sempre me dê mais um dia, mas um ano, mais muitos anos com elas!
Se eu pudesse voltar no tempo, teria aproveitado mais os momentos ao lado dele ou evitado que aquele acidente acontecesse, mas não dá pra voltar... então me apego às lembranças que tenho dele, choro de vez em quando, falo com ele no meu pensamento, me sinto grata por ter tido essa amizade e faço desse sofrimento um aprendizado diário!

No coração levo a certeza da nossa amizade e a fé de que um dia vamos nos reencontrar!!

Música...

 
Somos Quem Podemos Ser 
Um dia me disseramQue as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseramQue os ventos às vezes erram a direção
E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridãoUma estrela de brilho raroUm disparo para um coração
A vida imita o vídeoGarotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez
Somos quem podemos serSonhos que podemos terUm dia me disseram
Quem eram os donos da situaçãoSem querer eles me deramAs chaves que abrem esta prisãoE tudo ficou tão claro
O que era raro ficou comumComo um dia depois do outroComo um dia, um dia comum
A vida imita o vídeoGarotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedentoUm momento de embriaguez
Somos quem podemos serSonhos que podemos ter
Um dia me disseramQue as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseramQue os ventos às vezes erram a direção
Quem ocupa o trono tem culpaQuem oculta o crime tambémQuem duvida da vida tem culpaQuem evita a dúvida também tem...tem
Somos quem podemos serSonhos que podemos ter"
(Engenheiros do Hawaí)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Ausências

Às vezes eu percebo que algumas pessoa só estão na minha vida porque eu insisto para que elas fiquem, porque eu não as deixo ir! Percebo o quanto algumas das minhas relaçãos são como uma via de mão única. Sou sempre eu a primeira a mandar um sms, a pegar o telefone e ligar, a chamar para sair, insistir para marcar alguma coisa, a enviar um email ou um tweet ou um recado pelo facebook! Aí quando me dou conta disso e me vejo cansada dessa relação onde só uma pessoa se doa, decido dar um tempo, não ligar mais, não mandar mais sms, não dar nenhum sinal de vida para ver se a pessoa na outra ponta dessa relação vai se lembrar de mim e me mandar pelo menos um oi via qualquer meio de comnicação. O que acontece depois é mais ou menos isso:
 1) Na primeira semana eu sofro me controlando pra não ligar, tentando matar a vontade de enviar um tweet que seja, mas consigo!
2) Na semana seguinte, me dá uma tristeza por entender que eu não sou tão importante para aquela pessoa quanto ela para mim, penso nela com o desejo de que ela envie ao menos um sinal de fumaça.
3)Depois com o passar dos dias... eu vou percebendo que posso viver sem aquela pessoa, que sempre vou lembrar dela com um pouco de melancolia, pois era alguém que eu realmente queria manter na minha vida para sempre... mas infelizmente todos (ATÉ EU) cansam dessas relações em que sempre precisamos implorar por um pouco de afeto e atenção!

Enfim é isso que quero dizer, estou triste com uma amiga que eu achava que teria na minha vida para sempra... mas que está se afastando drasticamente! Difícil conviver com esse sentimento...

segunda-feira, 7 de maio de 2012

O que mais vale!


Se me perguntarem o que mais vale nessa vida, a resposta vem simples como um olá. O que mais vale na vida são as pessoas. O que mais importa são as pessoas. O que realmente faz isso tudo aqui valer a pena são as pessoas. As pessoas que nós amamos e pelas quais nos deixamos amar, as pessoas que falam olhando nos nossos olhos, aquelas que nos confiam seus segredos, as que dividem conosco seus sorrisos, que nos deixam ver suas lágrimas, as que compartilham com a gente um pouco do que sabem, as que nos dão uma bronca na hora certa, aquelas cuja presença sempre nos acompanha ainda que estejam distantes, as pessoas que ouvem nossa prolixidade e também o nosso silêncio, as que beijamos, aquelas com as quais dançamos, com as quais cantamos, saímos, choramos, sorrimos.

O atendente de uma loja que nos trata bem e nos faz sentir vontade de voltar, o professor que se preocupava de verdade com a gente, o motorista do ônibus que parava numa esquina fora do ponto porque era mais perto pra você, o vizinho que nos chama pra almoçar, o porteiro que sempre nos cumprimenta com um bom dia e um sorriso, o desconhecido na rua que é gentil ao nos dar uma informação, o velhinho do ponto de ônibus que insiste em puxar assunto, o escritor famoso que mesmo sem saber escreve coisas para os nossos corações, aquele compositor que através de suas músicas toca nossas almas, o pai do seu amigo que te dava carona na época da escola, aquela pessoa que você conheceu na internet devido a algo que têm em comum e que apesar de nunca terem se conhecido existem um na vida do outro. E há tantas outras pessoas que passam pela nossa vida por um período curto, talvez por um único momento e que já fazem valer a pena.

E há ainda aquelas pessoas com as quais convivemos por mais tempo, as que se tornam extremamente necessárias para a nossa existência, alguns que estiveram sempre com a gente, outros que chegaram no meio da caminhada, mas de alguma forma estarão sempre conosco. Mãe. Pai. Filhos. Irmãos. Avós. Tios. Primos. Sobrinhos. Cunhados. Afilhados. Padrinhos. Amigos. Longe desses a vida perde o colorido, são os sorrisos e o carinho deles que fazem a vida ganhar brilho mesmo diante de adversidades, quando achamos que nada mais faz sentido podemos olhar para eles e descobrir motivos para continuar e até mesmo para recomeçar...

O que mais importa na vida são as pessoas, disso eu tenho certeza. O resto (diploma, dinheiro, emprego, carro, viagem, livros, casa, posição social...) faz parte, mas não adiantariam de nada se não tivéssemos com quem compartilhar...



Ouvindo Tempo Perdido, Legião Urbana.