sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Com fé eu vou...

Nos últimos meses a rotina dos meus inícios de noite tem sido assim: chego da academia e me sento no sofá da sala para assistir ao Jornal Nacional junto com minha mãe, minha avó e meus tios. À cada noticia dada pelo jornal, uma revolta na minha sala! A gente não cansa de se indignar, de se surpreender, de se assustar com tantos horrores reais. Choramos junto com os pais de jovens assassinados, que expõe a pior de suas dores na televisão. Nosso coração se aperta com os acidentes que vemos, com as negligências, com os roubos, com o mau-caratismo so ser humano. Essa semana, a diretora de um hospital universitário de veterinária que mandava que outro funcionário matasse os cães sem nenhum motivo para isso; uma veterinária matando de forma cruel cães saudáveis, é dessa forma que o ser humano se diz superior? Em São Paulo, quando há registros de apenas 3 mortes em uma madrugada, os jornalistas parecem aliviados! Claro está se tornando tão comum que a cada madrugada haja uma nova chacina com 12/13 mortos, 3 jovens que lanchavam na esquina de casa, a policial militar executada na frente da filha no portão de casa, a jovem de 24 anos que participava de grupos de oração, os moradores de rua que, de certo, estavam apenas durmindo na rua errada... e tantos outros, vítimas que nos foram contadas pelo jornal e outras que ficaram invisíveis! Quem comete todas essas atrocidades? Seres humanos! Sem esquecer dos políticos corruptos que fazem qualquer coisa para encherem cada vez mais seus bolsos, meias e cuecas de dinheiro! Esses não são diferentes nem da veterinária, nem dos bandidos/assassinos de São Paulo e tantas outras cidades.
Como não se indignar e não sofrer diante de tanta mosntruosidade e diante de tanta dor?! Como não se sentir cada vez com menos esperanças de um mundo melhor? Ao final de cada jornal, eu me sinto com um pouco menos de esperança, o que é triste porque... sem esperança o que nos resta? Mas aí eu lembro de tantos exemplos lindos de gente que, apesar de todos os tipos de adversidades, nunca deixa de acreditar e de se renovar e de fazer o bem... me apego à isso para poder acreditar que o mundo vai muito além do filme de terror mostrado pelos jornais. E lembro do Viktor Frankl, pscólogo que viveu em um campo de concentração nazista e que, apesar de todos os sofrimentos, encontrou - mesmo no meio daquilo que pode ser considerado o pior feito de um ser humano - um significado, um sentido para a sua existência, para continuare e viver sem deixar de acreditar que o ser humano pode sim ser bom e fazer o bem!



"O que é, então, um ser humano? 
É o ser que sempre decide o que ele é. 
É o ser que inventou as câmaras de gás; 
mas é também aquele ser que entrou nas câmaras de gás, 
ereto, com uma oração nos lábios."

(Viktor Frankl - Em Busca de Sentido)


Um comentário:

  1. É realmente muito triste: parece que quanto mais "avançada" está se tornando a população neste país, em vez de prosperar pra a paz, há ,invés, um aumento da violência... É muito triste ver tudo isso acontecendo e não poder fazer nada diretamente...
    Ótima postagem, abraço!

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