"E
agora ele é só um número. Uma tentativa de recomeço que não deu certo.
Um texto rabiscado no meio do tédio. Talvez um aprendizado do que espero
não mais viver.
Cartas rasgadas, e-mails deletados, poemas que perderam o sentido. Fotos que nem sei onde guardei.
Quem diria que a poesia te traria pra mim, e logo depois me salvaria da
dor de não te ter mais aqui. E aí passou. E levou junto minha vontade de
me doar inteira, meu desejo de voar sem medo da queda. E eu aqui,
escrevendo de novo sobre o que não somos mais. Mas agora são só
palavras, não tem sentimento, nem saudade, nem querer, e nem
ressentimentos. É só uma constatação de que quase nada dói pra sempre.
Aprende, menina, aprende.
Quem diria: alguém que me parecia essencial, hoje não tem mais espaço na minha vida."
(Karla Tabalipa)
Exatamente assim, aquele amor que eu cultivei durante tantos anos, que me fez virar noites acoradada no msn, que me fez sorrir intensamente na frente do computador, que me fez sonhar com vestido branco, igreja e nomes de crianças... aquele mesmo amor que me fez doer por inteira, que me fez extremamente feliz e triste na mesma proporção... não tem mais espaço,passou, virou só rima!
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